sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Um regresso feliz



Nunca percebi o sentido da frase “não se deve voltar ao lugar onde se foi feliz”. Por mim, volto sempre que posso. Pois se fui feliz, quero continuar a sê-lo. Se ficar desiludido, então pronto, não volto e fica o assunto arrumado. E foi com base nesta filosofia que, um dia destes, deu-me saudades e regressei a um restaurante onde tenho sido muito feliz. O “Laurentina, o Rei do Bacalhau”, ali para as Avenidas Novas, em Lisboa.

Quando lá cheguei, a primeira surpresa. O espaço foi remodelado. E com bom gosto. A antiga decoração não era particularmente atractiva – nem rústica, nem moderna, um híbrido sem muito para dizer. Coisa que, aliás, pouco importava, pois a ideia era apreciar o bacalhau (peixe que ali é tratado de todas as maneiras e feitios) e não a decoração. O restaurante, agora, está diferente. Está mais distinto, sem perder a identidade. Tem prateleiras em madeira, com fotos antigas e artefactos rurais, tem cadeiras confortáveis de design, tem candeeiros modernos. Enfim, está feito um restaurante para o futuro, ele que existe desde 1976.

Mas vamos ao que interessa. Depois de uns brilhantes pastéis de bacalhau – o prato de presunto também pede atenção, mas o melhor é ficar pelo ex-libris da casa – há que fazer a escolha. E, entre o à Braz, o lascado, o à Laurentina, o cozido, o com natas, etc, etc, a minha preferência vai sempre para a... Couvada de Bacalhau. E, neste regresso, mantive-me fiel. Uma bela posta do também fiel bacalhau, por cima de couve e batatas, todos cozinhados e embebidos num azeite delicioso, a pedir que se molhe o pão, igualmente excelente, quentinho e crocante. Uma maravilha.

Pena fiquei por a minha companheira e eu concordarmos com a sugestão de uma empregada que, muito atenciosa e simpaticamente, sugeriu meia dose de couvada para dois, pois uma dose serve três pessoas. Talvez tenha razão, mas esta dupla é de alimento e aquela meia dose só satisfaz os menos “gulosos”. Ao lado, outro par agradeceu a dica, mas não foi na conversa e era vê-lo, deliciado, a arrasar uma dose interinha. Só para os dois. Devíamos ter feito o mesmo. Para a próxima já sabemos.

O preço, com meia garrafa de vinho, uma sobremesa e café ficou em pouco mais de 20 euros por pessoa. Valor que seria maior no caso de ter optado por uma dose, mas que não deverá chegar aos 30 euros por cabeça. Isto (ainda) mais bem alimentado e mais bem bebido. Como esperava, foi um regresso que me deixou feliz e com vontade de repetir. L.M.


Laurentina – O Rei do Bacalhau
Avenida Conde Valbom, 71 A 1050-067 Lisboa
Email: info@restaurantelaurentina.com
Preço médio: 25 euros
Telefone: (+351) 217 960 260
Cartões: aceita
Aberto todos os dias, excepto a 25 de dezembro
Nota: Duas horas de estacionamento nos parques Valbom, Berna e La Machina (a 10 metros).


Notas (1 a 5)
Qualidade da refeição: 4
Serviço: 4
Preço: 3


Sem comentários:

Enviar um comentário