terça-feira, 18 de novembro de 2014

Uma viagem à Maria Azeitona

Sim, a Maria Azeitona é aqui...
Numa destas sextas-feiras de outono disfarçado de verão fui de abalada até à Amadora, convidado para experimentar um “restaurante alentejano muito bom”: o Maria Azeitona.
O nome prometia. Embora a Amadora, que mal conheço, me parecesse marcada por uma certa ruralidade dos seus habitantes, nunca a associei muito ao Alentejo. E por isso o desafio mais cresceu e a vontade de ir à Azeitona aumentou.
O acesso é facílimo para quem vai pela via rápida dos Cabos de Ávila (abandonados e a cair). Passam-se os semáforos todos e no fim, já na Amadora, entra-se na rua estreita,, central, onde fica o Maria Azeitona. É seguir as placas do parque de estacionamento público (tem via verde), livramo-nos do carro, andamos uns metros para trás e já está.
O espaço encontra-se liberto de decorações supérfluas e convida a uma adaptação rápida, que é como quem diz “venham os petiscos.”
A carta está dividida em petiscos e pratos principais (do dia).
A intenção era pedir três petiscos e um prato do dia. E a surpresa foi o nosso interlocutor dizer que era muito para duas bocas, que bastavam dois petiscos, mais o prato. O serviço a marcar pontos!
Petiscos vieram aqueles “de teste”, feitos em todo o lado, para comparar. Os peixinhos da horta, a vagem de feijão verde envolta em polme de ovo e farinha, frita, não passou. Já se comeu muito melhor noutros lados.
Compensou a alheira, um petisco a puxar para o moderno. Na verdade tratava-se do recheio da dita cuja num folhado cheio de pretensões. Aqui, sim, houve elogios, embora uma das pontas do folhado estivesse já perto do queimado.
Veio então o prato principal: pataniscas de polvo com arroz de feijão. Estava bom. Mas nada de euforias
A acompanhar um tinto de Lisboa (assim se chama agora a antiga zona demarcada da Estremadura), combinado de Trincadeira e Touriga Nacional, daqueles que saem da caixa de cartão. Honesto.
Finalização com farófias, à maneira, e um café do comendador Nabeiro.
Surpresa boa: o preço!
É evidente que o Maria Azeitona exige nova visita, porque promete muito. Embora a primeira amostra não tenha sido deslumbrante. A.V.

MARIA AZEITONA
Rua Alfredo Keil, 16
2700-036 Amadora
Telefone - 21 406 6261
Aberto todos os dias, das 12.00 às 00.00
Cartões: aceita
Estacionamento: público
Preço médio: 15 euros


Notas (1 a 5)
Qualidade da refeição: 3
Serviço: 4
Preço: 4

terça-feira, 8 de abril de 2014

Bilhete para o paraíso


Olhó o nosso Milhano em Barcelona!!!
Não é fácil chegar ao “Tickets”. E não é por ficar em Barcelona ou escondido numa ruela qualquer. Hoje, ir a Espanha, não sai muito caro, graças às viagens low cost, e o restaurante em questão também fica numa das principais artérias da cidade, a Avenida Paral-lel. O que é difícil é reservar mesa, ou não fosse este um dos estabelecimentos de Ferrán Adriá – em parceria com o irmão Albert e com a família Iglesias, donos do “Rias de Galícia”. Adriá, como se sabe, é o chef que reinventou a gastronomia com o seu “El Bulli”, eleito, durante anos, o melhor restaurante do mundo antes de fechar portas e “transformar-se” numa fundação. Ao “El Bulli” nunca fui, mas li e vi tudo sobre ele – uma vez fiz mesmo o sinuoso percurso entre Roses e a bela praia de Montjoi só para dizer que estive à porta daquele templo gourmet –, mas ao “Tickets” já ninguém me tira a experiência de lá ter entrado. E comido, claro.
Como dizia, é difícil reservar mesa neste “Tickets”. Mas não impossível (como quase era no “El Bulli”). Basta estar atento ao site (www.ticketsbar.es/web/#reservas) e visitá-lo com uns 60 dias de antecedência (!) em relação à data pretendida. É que, diariamente, à meia-noite (23h00 em Portugal continental), abrem vagas para daí a dois meses. Depois é preencher os espaços com nome e contacto e assinalar a hora a que se tenciona almoçar ou jantar. Caso tudo esteja em ordem, há-de receber um mail a confirmar a reserva. E pronto, agora é esperar que chegue o ansiado dia. Quando o meu chegou, lá estava à porta, acompanhado da minha companheira de aventuras. Pontuais, para não perdermos pitada.
Um aspecto do balcão do Tickets
Entrámos e pediram-nos para esperar num pequeno hall, onde bebemos uma bela caña e onde fomos imediatamente abordados por um figurão que por ali se encontrava e dizia ser amigo dos donos. E devia ser verdade, pois os camareiros tratavam-no com todos os salamaleques. Senhor para os seus 60 anos, apresentou-se como andaluz, catalão de coração e amigo de Portugal, onde, disse, chegou a sagrar-se vice-campeão mundial de pesca. Muito simpático, desfiou um rol de histórias que nos deixou totalmente à vontade. Minutos depois fomos conduzidos ao nosso lugar, num balcão com vista para a cozinha e para uma composição de bonecos da “Playmobil”...
O “Tickets”, como dizem os espanhóis, é toda uma experiência. Os irmãos Adriá transformaram o espaço numa espécie de foyer de um cinema, com recantos distintos, para tudo amplificar. “A gastronomia é uma forma divertida de comer que converte quem participa num intérprete de uma obra de teatro, de uma revista de coristas...”, escrevem numa nota de apresentação. E da teoria passam à prática, pois “Tickets” apesar de pertencer a quem pertence, apesar dos preços, é descomplexado, descontraído e divertido. Não há cá dress codes, nem formalidades.
Mas vamos ao que ali nos levou, a comida. O “Tickets” é um restaurante de tapas, embora os Adriá não gostem do termo. Bem, na verdade, têm razão, pois o que fazem são muito mais do que tapas, são pequenos pratos gourmet. Os mais experientes escolhem à carta, mas eu, que nunca ali tinha estado, quis que me servissem um menu com o que de melhor estavam a preparar naquele dia. Feitas as contas, foram 12 (!) os petiscos que me chegaram à mesa, uns mais divertidos que outros, uns mais diferentes, outros mais banais, mas todos excelentemente confecionados. Um prazer.

Antes de experimentar cada uma das propostas, fiz a figura ridícula do turista que tira fotos aos pratos. Mas tenho a desculpa de ter este blog e de estar a servir quem aqui vem. Como este post já vai longo – ainda por cima com a certeza de ter ficado muito por desvendar – cá vai o resultado das fotos, para que se fique com uma ideia do que esperar no “Tickets”, até porque as imagens, neste caso, valem mesmo mais do que mil palavras. É que decifrar cada um dos pratos exigia conhecimentos obtidos num qualquer estágio no “El Bulli”.

Mas vamos às imagens...


Tudo começou com duas duplas de azeitonas, uma “gordial” e outra “verdial”. Azeitonas que explodem na boca, com sabor às mesmas, mas com toques geniais

Seguiram-se as anchovas, acompanhadas de mozarella e pequenos tomates

O terceiro prato continha mini “airbags” recheados com espuma de queijo manchego
Foi a vez do “mollete” trufado, uma espécie de pãozinho quente com recheio e sabor a trufa
Aqui estão umas alcachofras, com gema de ovo de codorniz e ovas de salmão
Eis a “Viagem Nórdica”. Carne de vaca marinada, com chalotas e queijo sobre fatias de pão de malta
Para refrescar, vieram 6 ostras, cada par com um sabor diferente devido aos molhos, uns mais intensos do que os outros, mas todos fenomenais
Não parece mas é tártaro de atum. Ali pelo meio estão umas cerejas
Os canivetes. Parecem inteiros, mas cada um está dividido ao meio e cada metade tem o seu sabor
Foie gras em escabeche
E isto parece spaghetti. Mas não. São cogumelos cortados muito fininhos, precisamente para imitar o esparguete. Acompanha com queijo para polvilhar
Ainda com fome? Então cá vai o prato mais “normal”. Uma bela perdiz, com molho alioli e ervilhas “reduzidas”
Finalmente, só para provar os doces, veio um bolo (?) de chocolate, com recheio de chocolate e molho de... chocolate. Ah, e com folhas de ouro a decorar!


Em suma, “Tickets” não é o “El Bulli” – talvez o mais parecido com o famoso restaurante de Roses seja outro dos projetos dos irmãos Adriá, mesmo ao lado do “Tickets”, chamado “41º Experience” –, mas não deixa de ser uma experiência sensorial ímpar e imperdível para o verdadeiro gourmet. Pelo menos uma vez na vida. L.M.

“Tickets”
Avinguda Paral-lel, 164
08015 Barcelona
Telefone: Parece que não tem e mesmo que tivesse só trata das reservas pelo site (ver em cima)
Cartões: Aceita
Preço médio: Entre os 40 e os 100 euros
Aberto nas datas indicadas no site (almoço e jantar)
Estacionamento: Público

Notas (1 a 5)
Qualidade da refeição: 5
Serviço: 5
Preço: 2

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Trás-os-Montes em Oeiras

Uma bela pinga de... Freixo de Espada à cinta
Imaginem a sala com poucas mesas, que no total alojam 20 pessoas, ao fundo o balcão e atrás dele, numa das laterais, a grande grelha. O espaço não pode ser mais despretensioso, mas as referências à qualidade da oferta e aos preços módicos encorajaram uma expedição gastronómica à rua onde fica o Tribunal de Oeiras - ultimamente muito visto na televisão por causa de criminosos “bem”, tias e tios desavindos, e outros aprendizes de feiticeiro -, para provar a posta mirandesa que os transmontanos da Grelha da Barra ali preparam e servem.
O ambiente é descontraidíssimo, a carta não engana: estamos numa casa de grelhados onde a carne é rainha. Veio a posta mirandesa para duas pessoas (16 euros), pois claro. A dita cuja era alta q.b., chegou no ponto e deu-se a deliciar à visão. Não se tratava de matéria de aviário. Acompanhada de batatas fritas às rodelas confecionadas na casa, a posta passou na prova com nota alta.

Na mesa ao lado fez-se notar particularmente o ânimo do grupo que se debatia com um petisco “fora de carta”. De que se tratava? Veio o empregado e explicou tratar-se do “butelo”, uma especialidade de Trás-os-Montes, feita com chouriço de ossos, batatas e “cascas”, que mais não são do que as vagens das ervilhas, secas, entretanto postas de molho e posteriormente cozidas com os restantes ingredientes. A “coisa” mete-se pelos olhos dentro, mas só é feita por encomenda, conforme nos explicaram. “Ah, pois…” – as nossas reticências foram bem entendidas pelo pessoal da Grelha e no final da luta com a posta mirandesa lá veio um pratinho de butelo para prova. Bom, bom… mas é óbvio que tem de se aprender a dele gostar.
A acompanhar fomos bebendo “Monte Ermos”, um tinto de Freixo de Espada à Cinta - é incrível como em Portugal se vai fazendo bom vinho em todo o lado, inclusive na terra mais parodiada do pedaço!
Custo total da aventura para dois expedicionários: 22,50 euros. Estão certas novas visitas, em particular uma agendada com dois dias de antecedência – condição obrigatória - para um butelo. Oh, oh! A.V.

GRELHA DA BARRA

Rua Afonso Paiva, 3
2780-265 Oeiras
Telefone – 214403026
Telemóvel – 934385171
Cartões – aceita
Estacionamento – público (pago até às 20 horas)
Encerra domingos e segundas, só ao jantar
Preço médio: 15 euros

Notas
Qualidade da refeição: 4
Serviço: 4
Preço: 4

quinta-feira, 27 de março de 2014

Gastar à medida da bolsa e sentir a natureza

É lá em cima que recomendamos o repasto...
Chegávamos com medo do que íamos encontrar. As notícias de que o mar tinha dado cabo da paisagem como a conhecíamos eram muitas e recordações da infância, juventude e idade maior batiam forte num coração que temia a realidade. A ideia inicial não era parar no Angra. Era continuar viagem e um pouco mais acima, ver como estava a Adraga e por ali almoçar, num dos nossos restaurantes preferidos. Mas o que vimos na Praia Grande obrigou-nos a ficar mais algum tempo. A praia irreconhecível, o mar ainda a bater, rochas onde elas antes não existiam e um décimo da areia que antes pisávamos. Felizmente o sol brilhava nesse dia e ainda deu para descer com o mais novo à areia e com os outros dois passear, matutando um pouco sobre o que está a acontecer um pouco por toda a nossa costa.

Mas vamos ao que interessa. Na Praia Grande há cinco locais onde almoçar ou jantar sem grandes problemas. Desde o restaurante na encosta, para clientela mais endinheirada, passando pelo do Hotel Arribas, mas nós escolhemos quase sempre o mesmo: o Angra. Curiosamente, não é gastronomicamente o melhor no local. Noutro dia se falará dos outros. Mas tem coisas que os outros não têm e que tocam fundo cá no coração. Falamos dos vários mariscos e entradas, sim, mas ainda mais importante, do terraço no topo do restaurante, onde as imperiais e o vinho branco escorregam como se não houvesse amanhã. Infelizmente há e a idade hoje é outra, logo escorregam, mas pouco, que esse tal amanhã é outro dia.

Então escolhido o local e a mesa, bem lá em cima, cá fora se na primavera ou verão, lá dentro bem à janela se no inverno, vamos à papinha. E ali aconselham-se os mariscos de entrada. Mas não aqueles que se comem em todo o lado. Aproveite, gaste menos, e delicie-se com um mexilhões à espanhola feitos como deve ser, umas lapas grelhadas de comer e chorar por mais, uns burriés da costa, fresquinhos e gordinhos ou mesmo um caranguejos/navalheiras a saber a mar. Há, claro, as normais ameijoas à bolhão pato e as gambas, mas as primeiras, apesar terem vindo para a mesa nem as vi, as segundas já vamos evitando. Seguiu-se uma sapateira fresquinha, dos viveiros da zona e pode dizer-se que não desapontou. Casco bem preparado e carninha fresca. Pouco mais se pode desejar quando se recebe um bicho destes na mesa.

O barco encalhado que deu nome ao restaurante
É a partir daqui que se pode complicar a refeição no Angra. Porque a cozinha nem sempre é acolhedora e os petiscos que de lá chegam são irregulares. Já ali comi bem e comi mal. Por isso, se é segurança que procura, rume a outras paragens. Se ainda assim pretende continuar por lá mas a jogar pelo seguro, ataque um peixe grelhado fresquinho. Pode escolhê-lo na montra dos bichinhos apetitosos. Aí a felicidade é garantida. Se for corajoso, então  arrisque. Pode dar-se bem. E muito mal não há-de correr, mas pode haver pequenas deceções. Por isso prefiro não dar mais ajudas neste campo. Até porque, sendo sincero, a maior parte das vezes fico-me pelas entradas e mariscos, regadas com um Beira Mar fresquinho e um pão delicioso ali da zona.

Também há sobremesas mas parece-me que não acrescentam muito. Ainda assim, os miúdos não perdoam e costumam atacar galhardamente um cheese cake de frutos vermelhos e não se queixam. Nessa altura já costumo estar na água das Pedras e no cafezinho. Mas gosto muito de ali parar. Por tudo. Pelo ar que se respira também. E o Angra tem uma vantagem, pode gastar-se à medida da bolsa e usufruir de pequenos luxos pagando um pouco menos do que é habitual nestes locais. Experimente. Há riscos, mas para mim eles compensam. B.R.

Restaurante Angra

Av. Alfredo Coelho, n.º 57, 2705-329 Colares
Não encerra
Estacionamento: Não
Horário de Encerramento: 22:00
Lotação: 344
Necessidade de reserva: Aconselhável.
Preço Médio: 20 euros
Tipo de Restaurante: Português, Grill

Notas
Qualidade da refeição: 3/4
Serviço: 3
Preço: 3

sexta-feira, 14 de março de 2014

Comer direito... no Cu Torto

A sala de refeições mais aprazível do Moinho
Com honrosas excepções, sempre achei que a cada macaco o seu galho, o que transposto para a restauração significa, pelo menos na minha modesta opinião, que os rojões à minhota são bons é no Minho, as tripas à moda do Porto são no Porto, o peixe é em Setúbal (esta será a opinião menos consensual, mas voltarei ao tema para tentar prová-lo), o leitão é na Bairrada, os caracóis são na esplanada , as bolas de Berlim são na praia e por aí fora. Portanto, por esta ordem de ideias, a comida alentejana é no Alentejo. E que bons exemplos há por lá.
Fica a sugestão de um em Évora. Pode nem ser o melhor da região, mas, de certeza, é digno representante da gastronomia local. Falo do “Moinho do Cu Torto”, nome pitoresco para restaurante também patusco situado para os lados da zona industrial da cidade, já fora do centro, mas logo no início da viagem para quem vai, digamos, em direcção a Reguengos. Como o próprio nome indica, localiza-se num antigo moinho, embora não consiga explicar de onde vem o “cu torto”. Adiante.
Uma açorda alentejana de comer e chorar por mais
À entrada, um balcão, já com vários petiscos em exibição e, atrás, uma ardósia com muitos outros e respectivos preços. Depois, duas pequenas salas, uma interior, menos interessante, e outra, a principal, acolhedora, de aspecto rústico e com uma lareira ao fundo. Ambas decoradas com motivos campestres. Na carta, embora sem demasiadas sugestões, estão representados os principais ex-libris da cozinha alentejana.
Nesta última visita, a opção recaiu em duas deliciosas entradas: tomatada com ovos de codorniz e febras de coentrada (tirinhas fininhas de carne de porco, tenrinhas e sem um pingo de gordura, apenas a do azeite, com seus alhos e coentros). Depois vieram os pratos principais. Entre muitas e boas alternativas, apeteceram umas migas de espargos com carne do alguidar e ainda uma açorda alentejana com o respectivo bacalhau. Ambas excelentes e gulosas embora a última mereça dois reparos: o ovo devia estar menos cozido, para a gema se poder desfazer na água da sopa, e o pão devia ser fatiado e não em cubos. Mas isto são reparos de gosto pessoal. Não há uma maneira certa ou errada de apresentar uma açorda. Ela tem é de ser deliciosa e a deste Moinho era. E muito.
Carne do alguidar com migas de espargos...
Das sobremesas, também resultado do receituário tradicional alentejano, nada posso acrescentar, pois não as provei, mas, do que vi, tinham muito bom aspecto.
E pronto, a pouco mais de uma hora de Lisboa fica este retiro de bem comer à alentejana, onde apetece voltar com a possível frequência. L.M.

“Moinho do Cu Torto”
Rua Santo André, 2, (Bairro Senhora do Carmo)
7005-401 Évora
Telefone – 266771060
Cartões – aceita
Preço médio: 17,5 euros
Todos os dias até às 22h00 (fecha aos feriados)
Estacionamento – fácil

Notas (1 a 5)
Qualidade da refeição: 4
Serviço: 3
Preço: 3

quarta-feira, 12 de março de 2014

Sabores do Tejo em Abrantes

Sável frito com açorda de ovas é de comer e chorar por mais
Abrantes continua a promover os “Sabores do Tejo”. O Festival Gastronómico pretende salientar temáticas como o Peixe do Rio, as Migas e a Caça, que passam a ter lugar num período de 15 dias, nos meses de março, setembro e outubro respetivamente.

O “Sabores do Tejo – Peixe do Rio” vai realizar-se no concelho entre os dias 15 e 30 de março, em nove restaurantes aderentes: A Tasquinha D’Aldeia; Os Restaurantes S. Lourenço, Santa Isabel, Sabores da Cascata, A Cascata, O Ramiro e A Tulipa; A Cervejaria Aquapolis e o Hotel Segredos de Vale Manso.

Esta ação tem por objetivo preservar e promover a gastronomia tradicional de Abrantes, divulgando os seus múltiplos sabores, assim como dar a conhecer a singularidade da cultura gastronómica do concelho. Para além disso, segundo a organização, a ideia é reconhecer e incentivar à qualidade dos pratos a servir nos restaurantes. Visa ainda preservar e promover o património gastronómico abrantino e a sua cozinha tradicional, tendo por base os pratos de peixe, migas e caça.

Esta é uma iniciativa da Câmara Municipal de Abrantes, que pretende fazer deste evento uma referência regional na gastronomia e um dos fatores de atração turística. Conta para isso com o empenho e dedicação dos proprietários dos restaurantes aderentes que promovem nas suas ementas o que de melhor a gastronomia local tem, quer em peixe ou carne, nos acompanhamentos e produtos como o azeite, ou nos doces tradicionais e vinhos.

Deixem-me recomendar, porque conheço bem a região, dois pratos: Sável com açorda de ovas e Mista de peixe frito. Por ali é de comer e chorar por mais. Falaremos noutro dia dos melhores sítios para provar estas iguarias. B.R.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Aventura em Salonica

Uma das agradáveis salas de refeição
Não sei se o facto de Salonica ser a atual capital europeia da juventude é motivo suficientemente forte para mobilizar alguém a demandar o norte da Grécia, na fronteira com a Macedónia, mas se for aqui fica uma “dica” importante para quando chegar a hora de tratar do estômago ou simplesmente beber um copo com vista para o mar.
Numa prospeção completamente inopinada, à hora de almoço, fui dar à Avenida Nikis, a marginal de Salonica onde se junta a “beautiful people” local (bem, a “beautiful” e a outra, a feia) e, depois de andar umas boas centenas de metros, escolhi, com a ajuda de dois companheiros de viagem, a Garcon Brasserie, porque tinha o melhor ambiente – espaço, decoração, música e simpatia do pessoal que veio fazer o acolhimento.
Na Garcon existe esplanada e, para além da sala principal, no R/C, um piso superior mais recatado. Foi eleito o piso térreo para se verem as modas.
Quanto à comida, para entrada escolheu-se uma salada de verduras com queijo grelhado. Boa opção, esta variante da habitual salada grega, que às vezes enjoa com o seu feta de sabor muito intenso.
Uma refeição bem simpática em Salonica
Depois de preparados para um desafio mais exigente, fomo-nos a uma Tagliatta de Vitela, que não tem nada que ver com massas, pastas e afins. O prato consta de um naco de carne fatiada, acompanhado das nossas conhecidíssimas batatas com pele e uns legumes bem salteados, diga-se. Que bela surpresa para quem tinha dado um tiro meio no escuro!
Da cozinha sobrou, no entanto, um problema: a carne passou ligeiramente do ponto, o que a fez perder qualidades gustativas, mas, enfim, a jornada era de descoberta e esse pormenor não bastou para a liquidar. De resto, a apresentação estava tão apelativa que outros portugueses vieram pedir-nos o nome do prato para repetir a encomenda.
A finalizar, um gelado. Bem bom, diga-se.

No acompanhamento da função esteve um tinto que o chefe de sala garantiu ser de casta local, greco-macedónia, portanto, assim entre o merlot e o cabernet, sei lá. Bebeu-se bem.

Resumindo e concluindo, se alguém for a Salonica aventure-se na Avenida Nikis, a Garcon Brasserie não desiludirá, mais que não seja pela música e o ambiente selecto. A.V.

Garcon Brasserie
Avenida Nikis
Salonica
Grécia
Telefone - 2310 253033
Preço médio – 35 euros
Não aceita cartões
Estacionamento – público, muito difícil

Notas (1 a 5)
Qualidade da refeição: 4
Serviço: 4
Preço: 2